Larissa Bergamini
Graduanda em Engenharia Geológica na UFPel e Pesquisadora na área de Solos e Microvestígios.
Você ainda nem tinha nascido quando Xibom Bombom estourou nesse Brasil, eu aposto. E é ao ritmo de “Onde o rico fica cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre” que damos início a esse post. Até porque, se você conhece alguém pobre que fica rico em meses e não tá na lista da lava jato, tem alguma coisa errada, não acha?

Um ex-diretor de Serviço da Petrobras, por exemplo, teve mais de 100 obras de arte apreendidas em seu domínio em 2015. E nem mesmo a Síndrome de Stendhal poderia ser uma justificativa. Mas lavagem de dinheiro sim (Recomendo o site politize! que oferece um infográfico muito simples para entender esse sistema). Mas não só de lavagem de dinheiro vive o mundo corrupto, também pode ter falsificações vendidas com valor de originais.
Às vezes, o artista pode auxiliar na autenticação da obra de arte e doar uma de suas obras para a comparação de tintas. Mas a menos que Salvador Dalí tenha optado pela criogenia e alguém saiba como reviver o corpo, essa possibilidade não é lá muito viável. Além do mais, os descendentes dos artistas têm os direitos autorais da obra e, em muitos casos são os únicos que podem autenticar. Se agirem de má índole, podem autenticar depois de receberem propina. É por isso que é necessário a preparação de peritos da PF, para não criar relatórios duvidosos por ter a participação de especialistas de fora da agência.
Alguns dos exames usados para se ter prova de autenticidade são: Microscopia Raman, Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e Radiografia de Raios-X, onde é possível observar o esboço do artista, a comparação de pigmento citada acima e outros vestígios.