A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, a Operação Crassa, mirando quadrilhas que atuam na mineração clandestina de diamantes no interior de terras indígenas da Reserva Roosevelt, em Rondônia (RO). Cerca de 53 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos estados, incluindo o Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Distrito Federal, Minas Gerais, Piauí e Roraima. Segundo a PF, a quadrilha formada por garimpeiros, comerciantes, avaliadores e empresários possuía a anuência de indígenas para o acesso e exploração dos bens minerais na reserva.

As pedras extraídas eram avaliadas por intermediadores e vendidas para joalherias em São Paulo e no exterior, como Suíça, França e Itália, movimentando cerca de US$ 20 milhões por mês.
Pesquisas científicas brasileiras já buscaram auxiliar as forças policiais através da caracterização desses diamantes, como a Dissertação de Mestrado do Perito Criminal Federal Marcos Paulo Alencar de Carvalho Borges, intitulada “Mineralogia dos diamantes da terra indígena Roosevelt-RO“, pela Universidade de Brasília. Outra iniciativa é o projeto DNA do Diamante, idealizada pelos peritos geólogos da PF, que busca definir assinaturas de diferentes depósitos diamantíferos brasileiros a fim de estimar a proveniência de pedras apreendidas.
Confira o artigo do Dr. Fábio Salvador, “o diamante irresponsável“, que discute a problemática legal acerca dos diamantes no Brasil, incluindo o caso do Massacre da Reserva Roosevelt, ocorrido em 2004.
