O Brasil é um país que contém grandes riquezas de diversidade dentro de seu território nacional, o que não só vale para fatores bióticos, mas também para os abióticos. Essa pluralidade se resume a grandes regiões naturais que têm importantes formações geológicas, as quais demonstram o passado evolutivo do nosso planeta por meio de feições geomorfológicas, fósseis, estruturas rochosas e etc. Este conjunto de fatores é definido como geodiversidade.

A preservação dos ambientes abióticos deveria ser prioridade, uma vez que esses são necessários ao desenvolvimento de pesquisas, as quais auxiliarão a sociedade em médio e longo prazo. Experiências de geoconservação, que já vem sendo implantadas em outros países, consistem na proteção de regiões com potencial científico e turístico no meio judicial, criando uma série de leis para áreas de conservação abiótica. O Yellowstone, localizado nos Estados Unidos, é um exemplo dessas experiências. Trata-se de um geoparque preservado por meios governamentais legais, devido à riqueza da sua geodiversidade e biodiversidade. Todavia, no Brasil, não existem protocolos judiciais que protegem estas regiões em território nacional, as quais estão vulneráveis a possíveis destruições antrópicas.
Por outro lado, a Geologia Forense é um ramo ligado ao trabalho/estudo que pode estar intimamente conectada aos fatores de proteção da geodiversidade, mas ainda está em desenvolvimento e expansão no contexto brasileiro, pois existem poucos profissionais especializados neste setor. A Geologia Forense atua, muitas vezes, em minerações ilegais, buscando interromper a exploração indevida e monitorando os segmentos impostos por leis. Sabe-se que estes locais degradam o ambiente de forma insustentável, assim causando danos a regiões onde tenham uma vasta geodiversidade e, consequentemente, a economia da nação. Nesse sentido, a Geociências Forense seria fator essencial para a implementação de geoconservação dentro do Brasil, para que a preservação e o judicial trabalhem juntos em prol da sociedade, expandindo as áreas com caráter geodiverso intrínseco.
Tendo em vista a preservação dos ambientes abióticos, faz-se necessário, em formato interdisciplinar, o ensino acadêmico da Geoforense, pois assim existiria a difusão dessa nova área de atuação do geólogo, além da formação de profissionais habilitados a atuar neste recente setor da geociências. Portanto, os brasileiros estariam mais próximos de incrementar áreas de geoconservação que futuramente poderão se transformar em geoparques de prestígio para visitação ou para pesquisas científicas.
Graduando em Geologia e Membro do UFMG IFG Student Chapter
Bibliografia
BRITO, A. F. S.; MANSUR, K. F.; CRUZ, G. S.; Geoforense: Uma abordagem dialógica como proposta de geoconservação. UFRJ, Rio de Janeiro, 2021.
SALVADOR, F. A. S.; SILVA, M. P. N.; A Importância Social do Ensino Acadêmico de Geologia Forense. Departamento de Polícia Federal, UFPR, Curitiba, 2018.