Gemas, metais preciosos e obras de arte: a relação entre o belo e o forense


Encontra-se na natureza uma beleza singular, como diversas formas de vida, feições de relevo deslumbrantes e paisagens inacreditáveis, o que agrega valor sentimental e financeiro ao meio ambiente. Os seres humanos, desde tempos remotos, tentam assimilar os elementos naturais ao seu cotidiano, principalmente para ostentar status e poder. Sendo assim, usavam-se gemas como objetos de adornos, construíam altares gloriosos para agradar aos deuses usando materiais como o ouro e utilizavam metais preciosos como moeda de troca. Por isso, são importantes as definições a seguir:


Gemas


Gema é um mineral, rocha ou material petrificado, que quando lapidado ou polido, é colecionável ou usável para adorno em joalheria. Algumas gemas, embora valiosas e belas, não são suficientemente duras ou são frágeis demais para serem usadas como joias, mas são exibidas em museus e procuradas por colecionadores.

Figura 1: Gemas de diversas variedades   
Retirado de Joalheria Alternativa – joalheriaalternativa.com.br


Metais Preciosos


São elementos químicos metálicos de alto valor econômico, pouco reativos, de elevado ponto de fusão e de aparência atrativa. Alguns exemplos são platina, ouro, prata, irídio e paládio.

Figura 2: Metais tão preciosos que são cobiçados até por dragões
Retirado de Foundation for Economic Education – fee.org


Obras de artes


Uma obra de arte é algo criado ou avaliado por sua função artística ao invés de prática. Por função artística, se entende a representação de um símbolo, do belo.

Figura 3: Passagem do tempo representada por camadas de pintura por Jacob Brostrup
Retirado de Hypeness – hypeness.com.br


A “Beleza” na sociedade tem seu valor em gemas, metais preciosos e obras de arte costumam, por exemplo, o que pode obter alto valor agregado, seja por sua disponibilidade no mercado ou por sua importância sociocultural. Existem diversas pessoas que tentam enriquecer de forma ilícita com a utilização desses elementos, explorando de forma ilegal, contrabando e falsificações. Assim, unindo os conhecimentos geológicos e químicos às investigações policiais é possível identificar falsificações e fontes de garimpo ilegais.


No caso das gemas, as falsificações são feitas utilizando materiais baratos, tais como vidro, plástico, polímeros e resinas. Esses materiais recebem um tratamento especial na tentativa de replicar algumas das suas propriedades. Todo mineral possui uma série de características bem específicas, ao analisar e agrupar todas elas, é possível identificar com precisão a identidade de um mineral. Para determinar a autenticidade da gema, um gemólogo realiza uma série de testes e procedimentos para identificar as propriedades físicas do objeto, alguns exemplos são: dureza, brilho, densidade relativa, zonação, transparência, índice de refração etc.

Figura 4: Diferenças entre esmeraldas verdadeiras (imagens da fileira de baixo) e esmeraldas sintéticas (imagens da fileira de cima)
Retirado de JC Esmeraldas Consultoria Online – jcesmeraldas.com.br


Para a identificação de obras de artes falsificadas é analisada a proveniência do objeto, a partir de documentos que comprovem por quais leilões e caminhos que a obra passou. Além disso, são feitas análises visuais que permitem identificar padrões não características da obra. Além disso, empregam-se técnicas mais sofisticadas e tecnológicas, como a análise à luz ultravioleta, a qual permite a identificação de diferentes camadas em uma pintura, o que muitas vezes pode ser indício de falsificação. Com as técnicas de fluorescência de raios-x e de análises microscópicas, determina-se quais elementos químicos estão presentes nas tintas da confecção. Depois identifica-se a informação química com o período histórico e conclui se uma obra é falsa, considerando a proporção dos elementos encontrados.

Figura 5: Identificação de elementos químicos através do uso de raios-X


No caso de metais preciosos e gemas, a elaboração de perfil de proporção de elementos traços pode gerar uma assinatura específica, pois é uma “impressão digital” do material analisado. Essas informações são características dos locais de encontro do material, o que auxilia os especialistas a descobrir se a origem da substância é de reservas ambientais, territórios indígenas ou outras áreas de garimpo ilegal.

Ian Lucas

Graduando em Geologia pela UFMG e membro da UFMG IFG Student Chapter.


Referências


Obras de arte: entenda como as cópias são identificadas. Disponível em: <https://www.showmetech.com.br/obras-de-arte-entenda-como-as-copias-sao-identificadas/> Acesso em 28 de outubro de 2021


A Geologia Forense na Elaboração de Laudos Periciais: Caracterização Químico-Mineralógica de Metais e Pedras Preciosas. Disponível em: <http://cbg2018anais.siteoficial.ws/resumos/4539.pdf> Acesso em 28 de outubro de 2021


Gemologia Forense. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-29/gemologia-forense/> (Acesso em 28 de outubro de 2021)


Fundamentos de Gemologia (2020) – Nascimento, Rosemary da Silva

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